DIA DO MEIO AMBIENTE.



NOSSO ECOSSISTEMA.
(Aderaldo dos Santos Alves, APLAC)

No dia 5 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia, lembrado em todos os países, desde 5 de junho de 1992, data em que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a sua primeira conferência com o tema voltado para o ambiente humano, conhecida como Conferência de Estocolmo Suécia).Começava a preocupação com a importância da preservação dos recursos naturais, até então considerados inesgotáveis.

Não se trata de uma simples comemoração, mas de celebrar, isto é, expressar os nossos sentimentos de alegria, reconhecimento e gratidão pelo dom da criação que Deus nos concedeu.

Somos parte integrante do universo. Fomos criados como os demais seres e com eles devemos viver em harmonia, preservando-os para um saudável intercâmbio. A terra foi-nos dada por moradia, durante o breve tempo da nossa existência, e dela recebemos os meios de subsistência. Do justo e adequado uso desses meios depende o nosso saudável convívio com a natureza, especialmente com o meio ambiente no qual estamos inseridos.

Durante longo tempo o homem soube viver em harmonia com a natureza, tirando dela os meios indispensáveis a uma vida saudável, respeitando-a, defendendo-a, como parte integrante da mesma. Mas a cobiça despertou no homem práticas estranhas em relação à natureza nas suas várias manifestações.

O que era um bem de todos passou a ser visto como propriedade particular e, assim, demarcaram-se espaços, depredou-se a natureza; árvores e animais foram dizimados, e poluídos a terra, a água e o ar. O que era bom, sinal e causa de vida, passou a ser sinal e causa de morte, o “preço final”.

Hoje se vê, com alegre esperança, que renasce nas consciências um modo novo de olhar a natureza, o meio ambiente. Há esforços para adequar ao necessário e justo o uso dos bens que a natureza oferece a fim de que não faltem às gerações vindouras. Alguns desses bens são renováveis, como é o caso da flora e da fauna, embora a altos custos. Mas, outros não se renovam, como a água, bem sem o qual não há vida.

Na feliz expressão de um sofrido sertanejo nordestino “a água é o sangue da terra”. É com esta visão da indispensabilidade da água para a vida na natureza, e não apenas para o ser humano, que devemos repensar, juntamente com as inúmeras instituições, segmentos sociais e pessoas de boa vontade, para a importância da preservação da natureza e do meio ambiente.

A Campanha da Fraternidade de 2004, da Igreja Católica no Brasil, abordou o tema “água”, iluminando-o com o lema “Água, fonte de vida”. E como contribuição concreta para a solução do problema da falta d’água nas regiões semiáridas, a Caritas Brasileira, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vem implantando as “cisternas de placas” em todo o Nordeste, com total aceitação e resultados alentadores.

Este projeto é duramente combatido por grupos interessados na “indústria” dos carros pipa, que alimenta o voto de cabresto e a multissecular dependência, ranço de passada escravidão.

Somos,urgentemente, conclamados à adesão ao desenvolvimento sustentável. “Desenvolviimento ao pronto sustentável representa um processo voltado para a busca do equilíbrio interior de cada um de nós, rumo a um mundo melhor”. Impõe-se já a nossa plena incorporação ao tão importante quão oportuno projeto de que nos fala Ricardo Braun, na obra “Desenvolvimento ao Ponto Sustentável – Novos Paradigmas Ambientais”.

É uma resposta concreta à definição clássica de desenvolvimento sustentável, proclamada na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro (RJ), em 1992.

Torna-se imperativo atentar para a necessidade de romper com o atual modelo de desenvolvimento em curso,, ainda cultivado pessoal, comunitária, social e institucionalmente. Aprendamos com os nossos ancestrais primíciais, os nossos índios brasileiros que se valem “da capacitação de desenvolver no presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras”.

Em síntese, mister se torna aderir ao desenvolvimento sustentável através de um movimento capaz de iniciar-se no nosso interior e refletir-se como bálsamo no nosso exterior, pessoal, comunitária, social e institucionalmente.

Buscar, visualizar, perseguir, alcançar, diuturnamente, o “ponto sustentável” corresponde ao equilíbrio entre os diversos componentes do meio ambiente, na sua visão maís abrangente. O autêntico e verdadeiro ecossistema apoia-se em uma ótica trinitária, tríplice olhar: o natural, o social e o econômico, a partir da centralidade do nosso interior, da nossa internalidade, para a adversidade externa.

Comentários