SANTO INÁCIO DO PINHEIRO

SANTO INÁCIO DO PINHEIRO.
(Maurício Gomes Alves, APLAC)

Há 82 anos (22 de julho de 1939) nascia a Prelazia de Pinheiro e como em 22 de julho inicia-se o festejo de Santo Inácio de Loyola, uma carreata, com a imagem do santo, ontem saiu de Ponta Branca, zona rural de Pinheiro, em direção ao bairro da Matriz, marco zero da antiga Vila de Santo Inácio do Pinheiro, da qual surgiu a cidade de Pinheiro. 

Na saída de Ponta Branca (que assim se chama porque em tempos idos amanhecia, essa ponta de terra que avançava ao rio, literalmente branca, coberta por uma neve fina) uma foto retrata um instante que faz emergir memórias da origem da vila que, geograficamente tragada pelo tempo, à sombra do babaçual, diluiu-se em um passado marcado pela fé, com a qual ecoa, em suas memórias, encantos, beleza e folclore, que tem o frescor do presente, no qual rebrilha um legado cultural: a devoção a Santo Inácio de Loyola. 

Desde que Inácio Pinheiro chegou à margem esquerda do Pericumã, em 1806, e demarcou a sesmaria indígena denominada “Lugar do Pinheiro” (que ia da Matriz até a Praça do Centenário), conta a lenda que possuíam os indígenas uma imagem do santo do fundador dos jesuítas que sangrava. 

Sabe-se, porém, que não muito distante, na Vila de Maracú (atual cidade de Viana-MA), haviam jesuítas dedicados à catequese de índios e que desenvolviam a agricultura em fazendas de suas propriedades, das quais surgiram algumas cidades atualmente existentes na região da baixada maranhense. 

Os jesuítas, em suas oficinas, ensinavam os indígenas a entalharem imagens sacras. É provável que algum desses índios tenha chegado ao “Lugar do Pinheiro” com a referida imagem de Santo Inácio, a qual de pequeno porte. Especulações à parte, não se sabe onde foi parar essa imagem; o fato é que, desde 1826, existe capela em Pinheiro para Santo Inácio (construída por iniciativa de João Barreiros) e em 26 de maio de 1855 foi criada a Freguesia de Santo Inácio do Pinheiro. 

Diante da imagem da foto, gerações de Pinheirenses fizeram seus rogos, inclusive dona Kiola, que ainda na antiga capela, apresentou seu filho José e diante da imagem, o recomendou ao patrocínio zeloso desse valoroso santo. Então, viva Santo Inácio, viva essa devoção que cresce à sombra do babaçual. 

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Créditos da foto, tirada em 22.07.2021:  @silviosarges.

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