(Foto: Arquivo Sandra Mendes)
Amado seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus. Este ideal de vida, nascido na França, pelo fervor do Pe. Júlio Chevalier, fez germinar a Congregação do Missionários do Sagrado Coração, em 08 de dezembro de 1854. Da França para Roma e de Roma para o mundo, essa ordem religiosa espalhou-se indo até os mais distantes, chegando a Pinheiro para anunciar a Boa Nova de Cristo, com uma fé traduzida em obras.
A fé move montanhas, mas há 75 anos atravessou oceanos com o veleiro da fé e da confiança ao sopro da Esperança e da obediência ao mandato de Cristo: Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura.
Partindo de Nápoles, em 5 de março de 1946, deixando o regaço de suas famílias e os bons ares da bela Itália, após uma viagem exaustiva e turbulenta, o estrondo de foguetes foi o anuncio e a recepção. Ancorava, em Pinheiro, no porto da Faveira, na primeira hora da madrugada de 15 de agosto de 1946, nove jovens italianos Missionários do Sagrado Coração que subiam a ladeira até Igreja Matriz sob o clamor das vozes dos pinheirenses entoando o cântico “Queremos Deus”.
Dom Afonso Maria Ungarelli, Pe. Augusto Mozzetti, Pe. Cornelio Maria Dan, Pe. Fernando Meloselli, Pe. Fiorino Fiorini, Pe. Hamleto de Angelis, Pe. Humberto Giungarelli, Pe. Pedro Sambalino e Frei José Preziosa. Foram estes luminares que, obedientes a Cristo, manso e humilde de coração, ao assumirem a Prelazia de Pinheiro, trouxeram com a luz da fé, o clarão da instrução e progresso social.
O Colégio Pinheirense, o Hospital Nossa Senhora das Mercês e a própria Diocese de Pinheiro, são frutos dessa fé, que atravessou oceanos e foi irrigada a custo de suor e de lágrimas, de risos e desafios para se tornar forte, com raízes profundas, capazes de sustentar inverno e verão, florescendo e dando frutos de 100 por 1, como na parábola dos talentos.
Dos primeiros sacerdotes italianos que aqui chegaram, hoje temos apenas a lembrança, sempre bem viva e testemunhado no legado das obras religiosas e materiais, edificadas pela a fé que abracaram. Ao longo desses 75 anos, muitos foram os testemunhos: Pe. Pedro Tidei, autor do Hino Municipal de Pinheiro; Pe. Bento Dominici, o médico de tantos desvalidos; Pe. Mário D'Alberto (sepultado na catedral de Pinheiro), que morreu tuberculoso, por deixar de comer para dar alimento as crianças necessitadas; Pe. Nicolau Gizzi, com sua disposição enérgica; e o querido Pe. Risso, o último dos italianos e o mais pinheirense de todos.
O que dizer nestes 75 anos?! Um eterno e profundo OBRIGADO. Como disse o Pequeno Princípe, “só se vê bem com o coração”. Aos padres Italianos, MSC, nossa gratidão pelo trabalho realizado. "A gratidão é a memória do Coração" e, por isso, os bons sempre são lembrados. E já que que foi com o coração, e pelo coração, que se lançaram ao mar, nossa gratidão assume a forma do ideal do MSC, feito lema e também prece: AMADO SEJA POR TODA PARTE O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.
Maurício Gomes Alves
Acadêmico Titular - Cadeira 35
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