NA BUSCA DA LIBERDADE




















NA BUSCA DA LIBERDADE
(Aderaldo dos Santos Alves, APLAC)

A incessante busca da liberdade e da libertação é uma característica do nosso tempo. Torna-se mister compreender em que consiste tal libertação e como atingi-la no cotidiano. O caminho seguro para que não corramos em vão atrás da liberdade alicerça-se em aspectos importantes que se fundamentam na sensibilidade de descobrir a própria e autêntica vocação, dom de Deus, e o correspondente engajamento dos crentes e pessoas outras de boa vontade na missão para a qual estejamosestejamos predestinados. Nós somos chamados a atitudes e anseios na fé, na esperança e no amor. Requer, daí, uma ação polarizadora, que extravase sentimentos capazes de ser canalizadores quando impulsionada pela vocação – resposta – ao chamamento de Deus.

A vocação de todo homem é sempre uma busca perene da liberdade, ânsia da verdade, insaciável procura do bem, fome da libertação, expectativa do escatológico, refúgio do belo eco da voz da consciência. E a vocação última, como ser humano, é saber-se caminhando no amor e ao encontro de Deus-Amor.

Cada um de nós, ao tornar-se homem novo, revestido de Jesus Cristo, como tal, é protagonista da vida que faz de cada um autor de sua livre missão de fé, esperança e amor.

São Paulo, ao escrever aos colossenses, fala do homem velho, do qual cabe livrar-se para revestir-se do homem novo, segundo Cristo. Temos como homem novo uma dupla ação – espiritual e material. Na verdade, sob significativo binômio, é um sacramento para o homem, com suas necessidades temporais, transcendentais e dolorosas.

O homem clama por encontro, deseja participação, quer comunhão (comum + união) com os irmãos e com Deus, buscando o caminho do encontro consigo, da participação do homem com o semelhante e deste e dele com Deus.

Com os dons, carismas, dotes e predicados que de Deus recebemos, coloquemo-nos a serviço e em função da vocação para a qual fomos chamados a exercê-la no mundo, através da plenificação de nossa vocação pessoal, comunitária, social tão quão eclesial.

Sejamos instrumentos dos desígnios divinos. Coloquemos a nossa vocação – convite e resposta – a serviço do Reino e dos homens. Tenhamos em mente o Evangelho de Lucas quando se nos apresenta o contraste da lei do Antigo Testamento e a lei do Novo (e eterno) Testamento. O doutor da lei conhecia e apregoava a necessidade de cumprir 613 preceitos, 248 mandamentos e 365 proibições. Mas, Jesus antepõe-lhe uma única e suprema lei: “Ama ao Senhor, teu Deus...ama ao homem, teu irmão”. Este seja o apanágio e paradigma da nossa vivência, da resposta para a nossa vocação – encontro das liberdades divina e humana.

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