
UMA BÊNÇÃO E SEUS EFEITOS.
(Acd. Maurício Gomes, APLAC)
A cidade de Pinheiro tem no bairro da
Matriz a sua gênesis. A devoção a Santo Inácio de Loyola, constitui-se um
paradigma que ajuda a compreender o surgimento da cidade, que antes de
tornar-se vila, tornou-se Freguesia de Santo Inácio do Pinheiro.
Com efeito, instalado o Lugar do
Pinheiro, em 23 de novembro de 1806, pelo Capitão – mor lusitano Ignácio José Pinheiro, por Carta de Dacta e Sesmaria, foram concedidas aos indígenas da
região, as terras onde hoje se encontram os bairros da Matriz e Centro. Com o passar
do tempo, da sesmaria surgiu uma pequena povoação e uma das primeiras edificações
foi uma capela oratório público, que embora demonstrasse a fé dos moradores da
época, foi construída, pelos idos de 1826, sem qualquer licença eclesiástica.
No ano de 1828, no dia 03 de janeiro, o
Padre Raimundo José da Assunção deu a bênção a pequena capela, construída por
iniciativa de João Barreiros, sanado assim a falta da licença eclesiástica; um
importante capítulo da história de Pinheiro começava a ser escrito. Os anos
passaram, a povoação cresceu, a capela foi ampliada e transformada em uma
modesta igrejinha, destinada a ser a sede da Freguesia de Santo Inácio do
Pinheiro, em 26 de maio de 1855, sendo no ano seguinte a freguesia transformada
na Vila de Santo Inácio do Pinheiro, em 03 de setembro.
A freguesia progrediu sob as bênçãos de
Santo Inácio de Loyola, tornando-se vila e depois Cidade de Pinheiro, em 30 de
março de 1920. Assim, com o crescimento da cidade, em 1939, foi erigida a
igreja de Santo Inácio, uma construção em estilo clássico romano que teve à sua
frente Padre Newtom Ignácio Pereira, haja vista que a então Freguesia
(paróquia) fora elevada à condição de Prelazia. Os anos passaram e não demorou
para que a Prelazia de Pinheiro fosse elevada a condição de Diocese e assim,
aquela pequena capela de 1826 tornou-se uma catedral, maior e mais bela que a
primitiva construção.
Ao contemplar-se neste dia a passagem
dos 193 anos do ato religioso, oficiado pelo Padre Raimundo José da Assunção, fica a
pergunta sobre o poder de uma bênção sacerdotal e a força de uma devoção e,
para não ser leviano ou profano, silencia-se o ímpeto de tentar responder para
apenas contemplar os frutos posteriores a bênção da pequena capela.
Quem dera a todos um sonho luminoso que
se faça realidade: a bênção dos céus para todos, especialmente os pinheirenses,
sob os rogos de Santo Inácio, de janeiro a janeiro.
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