MEU PAI,
(Aymoré Alvim, ALL, APLAC, AMM)
Era criança,
Mas aquela imagem ainda
Está bem nítida, em minha lembrança.
Entrei, no quarto para pedir-lhe a benção,
E vi meu pai com um livro aberto;
Estava orando.
Não disse nada.
Nada falei.
Saí calado como ali entrei.
Mas um questionamento aflorou-me:
Por que meu pai ora em casa?
Pensei que os adultos só orassem na Igreja.
Anos depois,
Encontrei a resposta ao que eu queria.
Os pais oram, em qualquer lugar,
Todos os dias,
Para pedir a Deus, em oração,
Que transforme sempre a sua vida
Qual água em vinho, nas bodas de Caná.
Que lhe dê um coração que seja puro
Que compreenda, perdoa e enternece,
Que esteja sempre pronto para amar
Com aquele amor que desejamos tanto,
Que nos faz santo como o Pai é santo
Na apoteose de uma eterna prece.
Obrigado, meu pai!
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OBSERVAÇÃO: José Paulo de Carvalho Alvim (Zé Alvim), é patrono da cadeira de número 3 da APLAC, que teve por primeira ocupante, sua filha, a especialista em parasitologia, a saudosa Moema de Castro Alvim. No dia dos seus 130 anos de nascimento, a APLAC toma emprestadas as palavras do acadêmico Aymoré de Castro Alvim (filho do homenageado), para fazer a reverência da forma mais bela possível.
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