ANIVERSÁRIO DE SARNEY
(Jurandy de Castro Leite, APLAC)
Quando José Sarney nasceu, foi um acontecimento diferente, que chamou a atenção de todos os moradores da Av. Getúlio Vargas, no trecho da Farmácia Alvim, onde moravam o Dr. Sarney e Dona Kiola, que esperava o nascimento de uma criança que receberia o nome de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. A notícia foi logo enviada, pelo Correio, aos avós paternos, José Adriano Freitas da Costa e Mãe Dona Soares Costa. Imediatamente, o prof. Adriano se apossou de um giz azul e escreveu por trás da porta da sala: Hoje nasceu no Maranhão um grande homem, e datou 24 de Abril - 1930. O meu pai, Francisco da Costa Leite, também foi avisado, e ao chegar para a visita, Sarney logo falou: Chiquinho, o menino se parece muito comigo! José Ribamar vai ser o nome dele.
- Quero ver se o Zequinha se parece mesmo contigo, disse meu pai.
- Ele saiu... Chiquinho!
- Como saiu, Sarney, tu estás brincando! O menino mal acabou de nascer!
- Foi tomar um banho de joias de ouro na casa de umas amigas.
– Dona Kiola sabe disso?
- É rapidinho! Olha, lá vem elas com o menino nos braços, e uma dezena de gente
acompanhando.
O “evento” começou a atrair a presença de muitos curiosos. José Alvim, vendo aquela parafernália toda, exclamou:
- Sarney, isso aí tá parecendo mais uma festa de Reis, só faltou a rabeca!
Chiquinho, espantado, disse:
- Eu nunca vi uma coisa dessas em lugar nenhum! Eu vou é embora volto noutro dia mais calmo.
No dia seguinte, as coisas se acalmaram e a ordem voltou a imperar na casa.
Até os 4 anos de idade, Zequinha viveu em Pinheiro; e, depois disso, foi morar em São Bento, com os avós, a casa era grande. Aos 7 anos, voltou a sua cidade natal para passar uns dias de férias, onde toda tarde se encontrava com os meus irmãos mais velhos. Certa vez, meu irmão Enos levou Zequinha até o botequim de Paulo Castro, para tomar um gelado de maracujá. Chegando lá, o menino educado, compenetrado e muito observador, achou melhor não entrar, porque viu que naquele espaço havia jogatina de bilhar e preferiu tomar o gelado do lado de fora. Como, em Pinheiro, a grande diversão dos meus irmãos era jogar futebol e Zequinha não levava muito jeito com a bola, meu irmão Ênos acabava tendo que arrumar outro programa: levá-lo para conhecer os parentes, de casa em casa, a tarde inteira. Não sabemos se ele gostava ou não, o certo é que, com esse programa de índio, Zequinha não voltou mais para passar as férias conosco.
Valeu a pena ter “saído” de casa ao nascer, para tomar aquele banho de ouro, pois essa tradição da época parece ter-lhe dado muita sorte. Sua vida pontilhada de sucesso e replena, como ele mesmo descreve, de “baldes de juçara e de sofrimento”, nos dá exemplos de como ele mesmo descreve, de “baldes de juçara e de sofrimento”, nos dá exemplos de como podemos conciliar os diversos dons que Deus nos deu. Como político, Sarney desempenhou o seu papel com denodo, honestidade e conhecimento, chegando ao mais alto cargo na Nação. Como homem das Letras, conquistou o Brasão da Academia Brasileira e ganhou reconhecimento internacional.
Poucos tem a sorte de celebrar 91 anos, com a visão de mundo, a memória privilegiada, o bom humor e a lucidez que caracterizam José Sarney. Privilégio também dos que usufruem da sua convivência, da sua amizade e que puderam acompanhar os seus grandes feitos em favor do Maranhão e do Brasil.
Parabéns, Sarney! A nossa terra Pinheiro, o Maranhão e o Brasil te saúdam!
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