EXPERIÊNCIA E AMIZADE



















EXPERIÊNCIA E AMIZADE.
(Aderaldo dos Santos Alves, APLAC)

No palmilhar da vida, o ser humano não percorre sozinho os seus caminhos. Fá-lo, no entanto, na companhia de muitos. Estes do seu círculo familiar, esses da sua comunidade, aqueles do seu ambiente de trabalho e, ainda, os dos rápidos relacionamentos sociais.

E nesse estar-com os outros dá-se a sua aprendizagem de vida que tanto pode ser para o bem quanto para o mal. Diante dessa bifurcação, faz-se necessária toda atenção aos valores cultivados pela família, os valores da justiça, da paz, do perdão, da partilha e da fraternidade.

Nessa aprendizagem de valores, as gerações mais novas devem olhar o testemunho dos mais senis, não só dos seus pais, mas também dos seus avós, bisavós, que se tornaram fonte de sabedoria pela vasta experiência de vida, autêntico modelo de dignidade e zelo.

A estrada por eles percorrida, pavimentada pela vivência desses valores, é-lhes garantida de terem adquirido o discernimento do que convém a uma existência correta e poderem dar a orientação válida aos que ainda têm dúvidas quanto ao rumo a seguir.

Sobre a importância da sabedoria dos idosos, assim está escrito no livro do Eclesiástico: “Quão bela é a sabedoria das pessoas de idade avançada, e a inteligência com a prudência nas pessoas honradas” (Eclo 25,7).

Em 26 de julho, comemora-se o Dia dos Avós. A data afigura-se com uma extraordinária motivação. É quando a Igreja Católica faz memória de São Joaquim e Sant’Ana, pais de Maria, avós de Jesus. Mas, sem fundamentação bíblica. “Não há nomes, pormenores nem citações da existência dos pais de Maria. Ambos são citados no evangelho apócrifo de São Tiago, não reconhecido pela Igreja. Portanto, não constam em livros canônicos” – asseveram os doutos.

Mas, isso não impede a celebração da memória litúrgica de São Joaquim e Sant’Ana e o devido reconhecimento como pais de Maria, avós de Jesus. Aliás, desde o século VI, há registro de veneração ou culto de dulia aos genitores da Maria. A popularização, no ocidente, acontece a partir do século XIV. A memória litúrgica é oficializada em toda a Igreja em 1879, pelo papa Leão XXIII. Já o dia 26 de julho é determinado pelo papa Paulo VI.

Com essa comemoração quer-se valorizar a figura dos avós e, por extensão, dos idosos, face à experiência de vida e sabedoria.

Ademais, por serem promotores de amizade no seio da família, exemplo de tolerância e tantas outras boas qualidades, quiçá, virtudes, que enobrecem nossa condição humana.

Dentre as qualidades ou virtudes, que engrandecem o ser humano, encontra-se a amizade. Por sua proeminência ser reconhecida entre os povos, foi-lhe dedicada uma data especial, 20 de julho – Dia do Amigo e Dia Internacional da Amizade, adotada, primeiramente, em Buenos Aires (Argentina), por iniciativa de Enrique Ernesto Febbraro, inspirado na chegada do homem à lua, em exaltação ao feito científico, como oportunidade de fazer-se amigos em outras partes do mundo.

Durante a sexagésima quinta sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), no dia 27 de abril de 2011, é sugerida a data de 30 de julho, acolhida como importante, sobretudo para a divulgação da “ cultura da paz e não violência”. A escolha da data torna-se impulsionada pelo médico paraguaio Ramón Aetemio Bracho, fundador da Cruzada Mundial da Amizade. Fê-lo, em Puerto Pinasco,em 1958.

O cultivo da amizade deve ser uma realidade tanto entre indivíduos quanto entre familiares, comunidades, povos e nações, expressando-se pelo respeito e pela solidariedade que levam à paz.No livro do Eclesiástico lê-se: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro”(Eclo 6,14).

Vale, portanto, e muito, cultivar a amizade com os avós e absorver a sua sabedoria, fruto da experiência da vida. É, aliás, recomendável manter sempre uma sadia amizade com os nossos semelhantes e desfrutar da experiência dos avós, bisavós e dos mais idosos.

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