(Aderaldo dos SANTOS ALVES, da APLAC)
Oportuno lembrar que estamos às vésperas do sesquicentenário de nascimento do patrono da cadeira n° 10 da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências (APLAC), atualmente ocupada por este humilde pinheirense.
Domingos de Castro Perdigão nasceu na Fazenda Santana, município de Pinheiro, em 1 de novembro de 1872, e faleceu em São Luís, em 5 de janeiro de 1929. Filho de Domingos Tomaz Velez e Maria Rita de Castro Perdigão. Estudou o curso primário em Pinheiro e humanidades em São Luís. Mudou-se para Portugal para continuar os estudos, mas devido a problemas de saúde, regressou para a terra natal. Era casado com Inês dos Reis Perdigão, cujo consórcio agraciou-o com três filhos.
Deixou Pinheiro para iniciar a vida profissional na capital como funcionário da Secretaria do Interior e alcançou postos elevados na administração publica.
Estudioso das riquezas naturais do Estado reativou a extinta sociedade Festa Popular do Trabalho. Na nova fase dessa sociedade orientou várias exposições de produtos agroindustriais do Maranhão, realizada anualmente no dia 1 de maio.
Várias vezes, foi convocado pelo governo do Estado para organizar, no Distrito Federal, a participação do Maranhão nas feiras anuais de produtos brasileiros. Em 1908, foi designado pelo Governador Benedito Leite, como Comissário do governo do Maranhão na Exposição Nacional, no evento comemorativo do 1° Centenário da Abertura dos Portos do Brasil. Participou da comissão na Repartição de Obras Públicas, Viação, Industria, Terras e Colonização. A Secção Maranhense alcançou êxito considerável na exposição e Domingos Perdigão, responsável pelo sucesso, foi elogiado pelas autoridades e pela imprensa. O Governador Luís Domingues, em 1912, nomeou-o Presidente da comissão para organizar a exposição do tricentenário da Fundação de São Luís.
Exerceu a função de Diretor da Biblioteca Pública do Estado, aposentando-se nesse cargo. Graças a sua persistência, em 1918, foi criada a instituição de ensino superior Faculdade de Direito de São Luís, atualmente integrante da estrutura da UFMA, tendo sido o responsável pela organização dos serviços administrativos da faculdade, como Secretário, tendo permanecido no cargo durante alguns anos. A Congregação da Faculdade de Direito de São Luís, em 1927, como reconhecimento pelos serviços prestados homenageou-o com o diploma de Professor Honorário.Participou da fundação, em 1922, da então Faculdade de Odontologia de São Luís, hoje também parte da UFMA.
Em 1924, na terra natal, fundou a Biblioteca Popular de Pinheiro que funcionava em um salão do jornal “Cidade de Pinheiro”. Mantinha a biblioteca com doações de livros feitas, individualmente, por amigos e subvenção da Prefeitura Municipal.
Foi sócio-fundador, em 1925, do Instituto de História e Geografia, atual Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Primeiro membro a ocupar o cargo de Secretário, fez parte da comissão de bibliografia, e tomou posse na cadeira de n° 22. Atualmente, é patrono da cadeira n° 35 dessa instituição. Participou da fundação do Centro Espirita Maranhense, em São Luís.
Dedicou-se ao magistério e foi professor da disciplina Educação Moral e Cívica, na Academia do Comércio, na Escola Ateneu Teixeira Mendes, no Centro Caixeiral e em vários estabelecimentos de ensino, em São Luís.
Colaborou com o jornalismo e escreveu artigos sobre agricultura, naturalismo, pedagogia e outros assuntos em diversos jornais e revistas maranhenses. Fundou e dirigiu, durante alguns anos, o Grupo Esperantista Couto Fernandes. Lecionou o esperanto, no extinto Instituto Ateniense e em escolas particulares. Escreveu e publicou vários artigos sobre o idioma. Em 1923 foi designado pelo governo do Estado para representar o Maranhão no Congresso de Esperanto realizado no Rio de Janeiro.
Publicou vários trabalhos: Catálogo do Estado do Maranhão na Exposição Nacional; O Maranhão na Exposição Nacional; Álbum do tricentenário do Maranhão; a Biblioteca Publica do Estado do Maranhão; Relatório da Biblioteca Publica de 1915, 1916 e 1917; Biblioteca Publica do Maranhão, 1919 e 1920; O que se deve comer – adaptação do sistema de alimentação vegetariana para uso dos brasileiros; Exposição e feiras; O Esperanto; As Bibliotecas Infantis; Colégio Perdigão, escritos constantes no volume Trabalho do Congresso Pedagógico; o que se Deve Ler Vade-mecum Bibliográfico para orientação das leituras dos jovens que frequentavam a Biblioteca Publica do Estado e Faculdade de Direito, publicado na revista da Faculdade de Direito do Maranhão. Recebeu a homenagem dos seus conterrâneos com a aposição do seu nome em uma escola no povoado Pacas.
Os inspiradores da APLAC, em meritório reconhecimento, escolheram-no para patrono da cadeira n° 10. Orgulho-me tê-lo como nume tutelar na nossa “Usina de Ideias”. Rogo a Deus para que, ao completar 80 anos, possa celebrar o sesquicentenário genetlíaco do meu patrono, Domingos de Castro Perdigão, em 1° de novembro de 2022.
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