No Natal deste ano de 2021, o jornal “Cidade de Pinheiro” completa 100 anos de circulação ininterrupta na grandiosa e íngreme caminhada mui firme e perseverante quanto vitoriosa por seus anseios, sonhos e objetivos. Enumerá-los – objetivos, sonhos e anseios – seria cansativo, exaustivo, quiçá indelicado ou até incompleto, incompatível com os critérios justos que sempre abraçamos.
A existência de um jornal sofre muitos percalços: ausência de recursos, escassez de pessoal, maquinário obsoleto e de atropelos outros. “Cidade de Pinheiro”, porém, desde o seu surgimento, como hebdomadário (edição de 6 a 8 páginas, tamanho 32cm por 20 cm), teve uma tríade hercúlea a sustentá-lo nas figuras de Elisabetho Barbosa de Carvalho, Clodoaldo Cardoso e Brasiliano Adônico de Castro Barroca. Logo, veio-lhes -- para contentamento dos três -- em auxílio e em muito boa hora, o técnico de que precisavam, Manuel Cromwell, hábil tipógrafo,que coordenou a compra, montagem, funcionamento e devida manutenção do maquinário gráfico.
Em 25 de dezembro de 1921, à lume o primeiro exemplar, cujo editorial (então chamado artigo de fundo) sintetizava no próprio título para que veio: “PRO-MUNICIPIO. É o nosso programa. Representam, para nós, estas duas palavras,um evangelho. Na estreiteza de tão poucas sílabas descortina-se um vasto campo de trabalho, em que nos empenharemos com aquele mesmo entusiasmo e ardor dos que, na prelibação dos bons frutos, se entregam às grandes lutas. (...) Só nos resta agora, conhecido em síntese o nosso escopo, apelar para o concurso do povo, ao lado dos qual gostosamente nos colocamos na mesma ânsia de ver, enfim, realizadas as patrióticas aspirações, que tendem todas para a grandeza desta zona Deste concurso, desta ação conjunta, depende a vitória dos nossos esforços. Que não nos falte, pois, esse auxílio de valor para que se possa, um dia, a olhar-se a trajetória percorrida, vê-la iluminada dessa luz brilhante e confortadora da conquista da civilização.”
A visão profética de seus idealizadores tornara-se realidade. O Jubileu de Jequitibá é justo e merecido. Um século de árduo e denodado empreendimento. “Cidade de Pinheiro” é o vetusto jequitibá da imprensa interiorana. O “Teimosão” – alcunha carinhoso que lhe foi atribuído – reflete, fidedignamente, sua trajetória secular.
Jubileu (do latim “jubilaeu”) é bíblico, conforme o Levítico (Lv 25,1-27). Exprime regozijo, alegria,contentamento. Antigamente, entre os hebreus, era uma cerimônia pública, efetuada de 50 em 50 anos, durante a qual os escravos eram libertados, perdoadas as dívidas. O ano jubilar abria-se com o toque da trombeta, chamada em hebraico “jobel”. Atualmente, no catolicismo, é uma solenidade, em geral, celebrada de 25 a 25 anos. Por motivos especiais, no entanto, o papa pode comemorar jubileu extraordinário, durante o qual concede a remissão das penas temporais devida pelos pecados mortais já perdoados em confissão. Remonta ao primeiro jubileu da história o “Perdão Celestino”, instituído a partir de uma bula papal promulgada pelo papa Celestino V, em 1294.
A longevidade saudável é sempre admirada, louvável, festejada, um presente do Criador. De qualquer maneira, são sábios os costumes e as tradições de, ao menos, por ora, não se extrapolar o limite de cem anos para adotar os cognomes correspondentes às idades relembradas. O limite é cem anos.”Cidade de Pinheiro” atinge tão sublime patamar. É o seu Jubileu de Jequitibá, ora em celebração neste Natal de 2021. E o jequitibá expressa, em sua plenitude, o significado desta vitória prenunciada no editorial da primeira edição do “Teimosão”.
O Brasil é o pais com a maior diversidade de árvores do planeta, com aproximadamente ou até mais de 8,7 mil de variedades , cerca de 14% das espécies existentes no orbe terráqueo. Os jequitibás sobressaem-se entre as mais conhecidas e antigas das plagas brasileiras, cujos exemplares datam de milhares de anos. Com até 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro, eles são exibidos como os gigantes das florestas brasileiras. Há, entretanto, registro s de jequitibás que chegaram até 60 metros e 16 metros de diâmetro.
O jequitibá é nativo do Brasil,com ampla ocorrência na América do Sul. Embelezam-no várias cores e tipos. Cada espécie afigura-se com coloração diversificada, flor, tipo de madeira e características únicas e”sui generis”. Devido o tamanho, seu nome em tupi-guarani significa “gigante da floresta”. A exuberância da árvore encontra-se tanto no seu tamanho quanto na elegância do porte. Tais assertivas justificam ser o jequitibá o marco e a marca do primeiro jubileu centenário e em plenitude.
“Cidade de Pinheiro”, ao ensejo do 1° centenário, rejubila-se pela celebração do seu Jubileu de Jequitibá. Aos bravos e valorosos idealizadores, nossos agradecimentos, gratidão e louvores. Aos continuadores dedicados da grande obra, nosso estímulo, incentivo e encorajamento. Aos leitores, colaboradores intelectuais e pecuniários, entre os quais nós incluímos, só nos resta reafirmar o comprometimento, a promessa, a certeza e compromisso sinceros e autênticos, para que a caminhada iniciada há cem anos pode assegurar o 2° Jubileu de Jequitibá de “Cidade de Pinheiro” , em plenitude e glória.
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